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A guerra da água: Nestlé e Minalba se unem para enfrentar Coca-Cola

Um novo gigante no mercado de água mineral sai do papel nesta segunda-feira. A partir de hoje, 284 funcionários da Nestlé Waters no Brasil vão se juntar aos 2.731 colaboradores da divisão de águas do grupo cearense Edson Queiroz, dono das marcas Minalba e Indaiá. O negócio, fechado em março, foi aprovado pelo Cade, o conselho de defesa da concorrência, há um mês.

A nova empresa ganha um novo nome, Minalba Brasil, e vai reunir a produção, comercialização e distribuição de todas as 11 operações, oito em águas, uma em refrigerante (marca Refri), uma em sucos mistos (Citrus) e uma terceira de bebidas energéticas (Night Power). Assim que a integração terminar, provavelmente ano que vem, a empresa deve lançar novos produtos no mercado, como águas saborizadas, nicho que é febre na Europa e nos Estados Unidos.

No portfólio de águas, às marcas da Edson Queiroz agora se somam outras seis: São Lourenço e Petrópolis, que foram totalmente adquiridas, Pureza Vital que foi licenciada, e as importadas premium Perrier, S. Pellegrino e Acqua Panna, das quais o Edson Queiroz adquiriu o direito de distribuição no país. Além das quatro fábricas que já tinha, também se juntam outras duas compradas da Nestlé (uma no Rio de Janeiro e outra em Minas Gerais). O Grupo Edson Queiroz já possui outras quatro fábricas nos estados do Ceará, Bahia, Paraíba e São Paulo.

A meta é ser o líder em águas no Brasil. Em embalagens de até 15 litros, hoje a Coca-Cola, detentora da marca Crystal, é a maior, com quase 20% de participação de mercado, segundo a empresa de pesquisas Nielsen. Com a compra da Nestlé Waters do Brasil, o Edson Queiroz chega a 19% de participação. “Nós demos o primeiro passo, que é aumentar o portfólio. Agora, vamos expandir a atuação no Brasil”, diz Antônio Vidal, superintendente da Minalba Brasil. Com as marcas incorporadas, a empresa dá um salto em distribuição, sobretudo, nas capitais e interior dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, forte da Nestlé.

A nova empresa nasce para aproveitar um momento espetacular do mercado de água mineral, em ascensão no Brasil e no mundo. De 2013 para cá cresceu no Brasil quase 30% em volume vendido (em 2017 foram 8,23 bilhões de litros de água mineral) e 60% em faturamento (8,88 bilhões de reais ano passado), segundo a empresa de inteligência de mercado e análise de dados Mintel. A expectativa é de crescimento contínuo nos próximos anos, na contramão do mercado de refrigerantes, que perde terreno com a busca dos consumidores por produtos mais saudáveis.

O próximo passo do grupo Edson Queiroz é avançar em novos nichos de mercado, como o de águas saborizadas e flavorizadas, uma coqueluche na Europa e nos Estados Unidos. É um setor em que o Brasil ainda está engatinhando. Enquanto nos Estados Unidos as vendas de águas com ou sem gás com sabor cresceram 67% entre 2012 e 2017, ante um avanço de 27% da água mineral.

No Brasil, o setor de água com sabor avançou 46% no mesmo período, enquanto o de água mineral avançou 118%. A média mundial de avanço das saborizadas foi de 54%, segundo dados da empresa de inteligência de mercado Euromonitor.

Corrida global

O crescimento das águas saborizadas tem provocado uma corrida entre grandes empresas globais. O negócios mais recente foi a compra pela Pepsico da SodaStream International, fabricante israelense de máquinas caseiras para gaseificar bebidas, por 3,2 bilhões de dólares em agosto.

No início do ano, a própria Nestlé lançou a Sparkling, sua marca de água gaseificada saborizada. A Coca-Cola foi uma das primeiras a apostar neste mercado – investiu 4,1 bilhões de reais em 2007 pela Vitaminwater, fabricante de água acrescida de vitaminas e minerais e com sabor. Aqui no Brasil, lançou no fim do ano passado a Crystal Sparkling, feita com água gaseificada e aromas naturais limão e camomila, e tangerina e capim limão.

“Nós acreditamos que a venda de água mineral continuará a crescer no Brasil, especialmente porque o consumo per capita ainda é muito baixo, de 70 litros per capita por ano contra 150 litros na Europa. Mas, também estamos atentos ao que o consumidor quer, que são produtos menos comoditizados e mais personalizados”, diz Vidal, superintendente da Minalba Brasil.

Investir em água saborizada também é uma defesa contra um movimento que deve ganhar força – o consumidores que exigem menos embalagens plásticas no dia-a-dia. Neste sentido, consumidores de países desenvolvidos têm trocado água engarrafada pela água filtrada. No ano passado, o grupo Edson Queiroz desenvolveu com uma fornecedora parceira uma embalagem com 40% menos plástico e já trabalha com uma tampinha menor. Boa parte do portfólio premium também usa garrafas de vidro no lugar de plástico.

Mesmo assim, Vidal admite que é difícil encontrar um substituto para a garrafa plástica.

Se as justificadas preocupações com sustentabilidade de fato colocarão um freio no avanço da água mineral engarrafada, é cedo para dizer. Mas a Minalba Brasil tenta se antecipar. O problema, para a empresa, é que outros gigantes estão trilhando o mesmo caminho.




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