A venda de refrigerantes e bebidas açucaradas está em queda acentuada, em Portugal. Em entrevista ao Jornal de Notícias, o secretário de Estado adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, revela que entre fevereiro e julho a descida atingiu os 25 por cento, como resultado da taxa sobre aquele tipo de bebidas.

O Governo introduziu uma taxa sobre refrigerantes e bebidas açucaradas, no início do ano, o que trouxe dois benefícios: mais receita para os cofres do Estado e menos consumo daquele tipo de produtos, que acarretam malefícios para a saúde.

De acordo com dados revelados ao Jornal de Notícias pelo secretário de Estado adjunto e da Saúde, verificou-se uma quebra de consumo assinalável.

“Em fevereiro, as bebidas mais açucaradas representavam 45 por cento do total das vendas e as menos açucaradas 55 por cento. Estavam muito próximas. Em julho, as mais açucaradas representavam 27 por cento face a 73 por cento das menos açucaradas. Em seis meses, um espaço muito curto, houve uma transferência grande do consumo, o que é muito positivo”, detalhou Fernando Araújo.

O Estado espera arrecadar 80 milhões de euros com a taxa sobre bebidas açucaradas, valor que está inscrito no Orçamento de Estado. Até ao momento, já entraram nas contas do erário público 46,7 milhões.

O Governo acredita que esta taxa é responsável pelos dados apresentados, pelo que irá reforçar a medida, para incentivar os produtores a apostar em produtos com menos açúcar.

E as marcas reagiram a à medida apostando em produtos mais saudáveis. Porém, há um dado que retira força à argumentação da tutela. Durante o período em que as marcas tiveram de esgotar stock, já se verificou uma quebra de consumo, sem que os preços ficassem mais altos.