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Estudo destaca o avanço do Brasil no ‘ciclo de proteína’, mas aponta riscos

Impulsionado por um “ciclo de proteína” que ganhou força em meados da década passada e continua a ser sustentado pela demanda de países emergentes, o Brasil ampliou o leque e também se consolidou como um dos mais importantes exportadores de grãos e carnes do mundo, e tende a ampliar esse protagonismo nos próximos anos. Mas há riscos pela frente, como evidenciam mudanças de hábitos alimentares e disputas comerciais em curso, e o país não pode cometer o erro de desprezá-los.

De maneira geral, essa é a conclusão do estudo “Coma, plante e viva diferente! Rupturas que podem afetar as commodities agrícolas”, que acaba de sair do forno da McKinsey & Company e comprova que os riscos podem virar problemas reais mais facilmente do que costumam admitir as lideranças do setor. Vamos e venhamos: se a China barrar a entrada de soja do Brasil, estará fechado o mercado que absorve cerca de 80% dos embarques do grão, carro-chefe do agronegócio nacional e destaque da balança.

Nada indica que isso vá acontecer, mas Nelson Ferreira, sócio da McKinsey, e Mikael Djanian, sócio-associado da consultoria, chamam a atenção para os reflexos que as atuais rusgas comerciais sino-americanas estão tendo para os produtores de soja dos EUA. Depois que a China taxou a soja dos EUA e passou a privilegiar o produto brasileiro, a demanda pelas colheitas do Meio-Oeste recuou, os preços da commodity caíram na bolsa de Chicago e Washington teve que anunciar um pacote de subsídios para amparar seus agricultores.

“Os principais fatores de risco para os produtos que analisamos [soja, milho, trigo e açúcar, as commodities agrícolas mais comercializadas no mercado internacional] eram clima e câmbio. Mas estamos vivendo muitas mudanças ao mesmo tempo, e a geopolítica é apenas um dos fatores que hoje tem maior influência sobre os rumos do setor”, diz Djanian. “E se começarmos a comer diferente? E qual será o papel da África nesse tabuleiro?” provoca Ferreira. Seu raciocínio logo chega ao açúcar, que já é considerado um “vilão” em muitos países desenvolvidos que têm de lidar com os custos da obesidade.

Ninguém está dizendo, é claro, que o consumo de açúcar vai acabar no mundo. Mas o trabalho da McKinsey & Company realça que é preciso notar que a demanda vem sendo puxada por países pobres ou em desenvolvimento que, é preciso admitir, em algum momento também vão mudar sua relação com o produto. “É o tipo de ruptura que costuma causar chacoalhões e exigir adaptações”, observa Ferreira.

O fato é que, quanto mais a renda cresce, maior o consumo de carnes e menor o de açúcar, em termos relativos. E a McKinsey considera possível que, nesse caminho, o consumo global de açúcar no futuro caia o equivalente à atual demanda anual da China, o que poderia gerar uma queda de 75% das exportações mundiais.

Ao mesmo tempo, nota Djanian, a preocupação com uma alimentação mais saudável, que aumenta conforme o bolso permite, abre caminho para novos hábitos de consumo que criam oportunidades. Atualmente, por exemplo, é crescente a demanda por alimentos livres de transgênicos ou orgânicos nos países ricos. Depois que a Revolução Verde da década de 1960 massificou o uso de agroquímicos nas lavouras para minimizar perdas e otimizar produtividades – e, assim, garantir que os preços dos alimentos permanecessem acessíveis às populações mais pobres durante meio século -, o movimento contrário aos insumos atrai cada vez mais consumidores de renda elevada e negócios.

No caso da soja, afirma o estudo da McKinsey, a demanda pelo grão orgânico vem crescendo a uma velocidade que sugere que, no futuro, de 5% a 10% da produção global será orgânica para atendê-la. Outro ponto que favorece a soja é a tendência de incremento da utilização de proteínas vegetais especiais na produção de alimentos e bebidas, um nicho que, apesar da pequena escala atual, tem se mostrado bastante rentável para as indústrias que processam o grão.

Outras transformações em andamento com potencial para “chacoalhar” sobretudo as cadeias produtivas mais atrasadas dos pontos de vista de gestão, governança e controles são a digitalização e a proliferação de ferramentas de agricultura de precisão e a adoção de sistemas de rastreabilidade para garantir a melhor relação social-trabalhista-ambiental e mitigar reflexos negativos hoje considerados intoleráveis. “Novidades” que elevam custos e espremem margens, mas que vieram para ficar e não pouparão quem decidir nadar contra a corrente.




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