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CBD: oportunidades e desafios

Até hoje, é frequente escutar pessoas proferir inépcias a respeita do CBD. Com profundo desconhecimento do assunto, não fazem nenhuma diferença entre CBD e maconha. Por isso, antes de mais nada, é bom clarear o que significam essas três pequenas letrinhas!

Os canabinóides são compostos encontrados na cannabis; o mais conhecido deles é o fitocanabinóide tetraidrocanabinol (THC), o principal componente psicoativo da cannabis. O canabidiol (CBD) é outro importante componente da planta. Existem no mínimo 144 canabinóides diferentes na cannabis, cada um com propriedades e efeitos distintos! Para quem quiser estudar o assunto em mais profundidade, eis algumas iniciais por onde começar os estudos: THC (tetraidrocanabinol), CBD (canabidiol), CBN (canabinol), CBG (canabigerol), CBC (canabicromeno), CBL (canabiciclol), CBV (canabivarina), CBE (canabielsoina), CBT (canabicitrina), etc., etc.

Uma das principais diferenças entre o CBD e o THC é sua capacidade de causar euforia, deixar o usuário sem reação, perder a noção do tempo, etc. após o consumo. Quando se pensa em maconha ou cannabis, o THC é o canabinóide que vem logo à mente. Ele atua diretamente na ativação de células do receptor canabinóide CB1 (agonista), sendo responsável pelo efeito psicoativo no cérebro e sistema nervoso central. Os seus efeitos secundários colaterais a curto prazo são: problemas de memória; tempo de reação reduzido/inexistente; vasodilatação nos olhos; aumento do apetite; aumento da frequência cardíaca; problemas de coordenação; e boca seca. Apesar dos seus efeitos negativos, é impossível haver overdose fatal do canabinóide. O seu consumo frequente pode desencadear efeitos secundários negativos a longo prazo, tal como a esquizofrenia.

O CBD, por sua vez, atua no receptor canabinóide CB2 (antagonista), suprimindo até as propriedades do THC nos receptores CB1. O que significa que o CBD não deixa o consumidor sem reação e não vicia, não importa a quantidade consumida. As suas propriedades são benéficas em diversas aplicações terapêuticas. Algumas são amplamente comprovadas, enquanto outras ainda precisam de testes mais abrangentes e maiores estudos. Podem funcionar com determinadas pessoas e não com outras, os resultados dependem muito das doses ingeridas.

À medida que avançam estudos e investigações sobre os efeitos do CBD, mais aplicações terapêuticas se descobrem. As mais comumente encontradas são as seguintes:

CBD na dor e inflamação. Seja no tratamento da dor crônica, dores pontuais, ciática, dores musculares, nevralgia ou inflamações, o CBD atua eficazmente, sem efeitos secundários negativos. É um poderoso analgésico e anti-inflamatório natural, que substitui as medicações existentes no mercado, eliminando ou atenuando a dor de forma significativa e reduzindo a inflamação geral ou localizada. Quando as terapias convencionais não respondem, por vezes, às necessidades do paciente, o CBD pode atuar de forma bastante eficaz. Nisto incluem-se, além das dores gerais e crônicas, patologias como a fibromialgia, artrose, nevralgia, osteoartrite, entre outras que causam dor e inflamação.

Para ávidos desportistas e para pessoas que praticam atividades físicas intensas, o CBD atua também como relaxante muscular, aliviando as dores provenientes dessa atividade física intensa. Com as principais ligas esportivas e atletas profissionais demonstrando interesse em apoiar produtos com CBD, o mercado de nutrição esportiva está entre as áreas em que o CBD é mais promissor.

CBD na alimentação. Existem provas de como a cannabis atua em relação a distúrbios alimentares, obesidade ou até na falta de apetite. De acordo com um estudo realizado em 2015, descobriu-se que o THC aumenta o apetite, mas impede o aumento de peso, enquanto o CBD suprime o apetite, fazendo com que a pessoa se sinta satisfeita mais rápido, não impedindo, no entanto, a pessoa de comer.

Mas tal como acontece com qualquer plano de perda de peso, uma dieta equilibrada acompanhada de exercício físico regular são sempre formas de sucesso.

CBD na insônia. O CBD pode combater eficazmente a insônia, pois aumenta os ciclos de sono profundo e reduz a fase REM (quando sonhos e pesadelos ocorrem). O efeito é relaxante e sedativo e faz com que a pessoa durante o dia tenha menos stress, ansiedade e esteja mais calma, graças a um maior tempo de sono e aos benefícios que o CBD traz.

Sono REM

O sono se inicia logo quando fechamos os olhos (fase 1), mas passamos por várias fases até chegarmos no sono REM, em inglês Rapid Eye Movement, que significa “movimento rápido dos olhos”. Esse sono é o mais difícil de se alcançar, pois é um estágio mais profundo,

momento em que o corpo realmente consegue relaxar. Os estágios anteriores a ele são chamados de não-REM.

O REM é o último estágio do ciclo do sono, que dura cerca de 20 minutos cada, e é nele que os sonhos acontecem. Nesse momento, nosso batimento cardíaco acelera e ocorrem as chamadas “paralisias do sono”, pois o cérebro bloqueia os neurônios motores para que o corpo não reproduza os movimentos ocorridos nos sonhos.

O tempo total de sono REM diminui conforme a idade da pessoa, ou seja, quanto mais novo, mais tempo de sono REM. Um recém-nascido, por exemplo, dorme mais de 80% do seu sono na fase REM. Já um idoso apresenta apenas 10% do seu sono nesse estágio.

O sono REM é de extrema importância para a saúde, pois essa fase é caracterizada por uma intensa atividade cerebral. É quando produzimos diversos hormônios fundamentais para o nosso organismo e retemos novos aprendizados em nossa memória, por exemplo. Por isso, é essencial que o sono não seja interrompido até chegar nessa fase.

CBD na resposta ao cancro. De acordo com o Dr. Paulo Tavares, Coordenador de Oncologia Médica da Unidade de Tumores do Aparelho Locomotor dos Hospitais da Universidade de Coimbra, o cannabis medicinal atenua os efeitos da quimioterapia, recomendando o uso aos seus pacientes. Nesses casos, o CBD elimina as náuseas por completo, assim como melhora a alimentação e nutrição.

Também existem estudos efetuados em universidades italianas que sugerem que o CBD é um potente inibidor de crescimento e metastização de tumores, apesar de serem necessárias mais investigações e estudos.

CBD como suplemento. Cada vez mais, estudos comprovam a eficácia do CBD no combate à doença e como solução eficaz em determinados tratamentos. As pessoas expressam vários relatos e experiências pessoais de como o CBD tem ajudado a superar a sintomatologia ou a doença. Contudo, o CBD não deve ser considerado uma alternativa à medicina tradicional e deve ser sempre discutido com um profissional de saúde como um suplemento alimentar. A utilização destes suplementos deve ser considerada como um complemento e não como uma substituição de medicamento.

Para quem ainda está descobrindo as vantagens que o CBD traz no alívio dos seus sintomas, as primeiras vezes poderão ser um teste de paciência. Para alguns, a dosagem pode ser pequena e para outros não fazer qualquer efeito no alívio do seu sintoma, portanto, poderá levar algum tempo para encontrar a dosagem ideal para o seu caso. As reações no uso do CBD também irão variar de pessoa para pessoa, sentindo imediatamente os seus efeitos ou levando um tempo até serem sentidos.

Mas, então, por que ainda não existe um monte de produtos alimentícios com CBD?

A FDA, U.S. Food & Drug Administration, tem restrições ao seu uso indiscriminado e preocupações quanto aos padrões de qualidade dos diferentes produtos oferecidos no mercado; seu uso, então, não é aprovado em produtos alimentícios.

Nos Estados Unidos, projeta-se que alimentos e bebidas à base de CBD passem a ocupar muitas prateleiras em supermercados, grandes varejistas de produtos de consumo e outros lugares onde os americanos efetuam diariamente suas compras. A BDSA, BDS Analytics, uma empresa de pesquisa de mercado estabelecida em Boulder, CO, estima que o mercado de alimentos e bebidas com infusão de canabinóide chegará a US$ 5,9 bilhões em 2024, todos os canais de distribuição inclusos (dispensários de cannabis). Em 2019, esse número era de US$ 906 milhões, sendo US$ 560 milhões, ou seja, 62%, provenientes de dispensários, comenta Jessica Lukas, Senior Vice President of Commercial Development da BDS Analytics.

Dispensários, vendas online, supermercados e grandes cadeias varejistas, como Target e Walmart, estão entre os canais de distribuição onde produtos com infusão de canabinóides, do segmento de alimentos e bebidas, estão prontos para proliferar. Ficam em compasso de espera. Os grandes nomes do varejo têm relutado em comercializar produtos ingeríveis com CBD, devido a posição da FDA de que o CBD não pode ser adicionado a alimentos convencionais ou comercializado como suplemento dietético. Se a FDA emitir regulamentos autorizando o CBD a ser vendido em alimentos, bebidas e suplementos, a mudança será imediata. Em uma conferência em fevereiro de 2020, um alto funcionário da FDA descreveu como “fazer papel de tolo” qualquer tentativa de manter os produtos CBD longe do povo americano.

Muitas marcas bem estabelecidas de CPG (Consumer Packaged Goods) estão, provavelmente, salivando ao ver o potencial do mercado total de canabinóides nos EUA, estimado pela BDS Analytics em US$ 46 bilhões para 2024, incluindo produtos vendidos em dispensários (US$ 20 bilhões desse total!). “É muito grande, para não dizer colossal, para ser ignorado por muitas dessas empresas”, disse Jessica Lukas.

No setor de Food & Beverage, a perspectiva de um mercado regulado pelo governo federal é apenas um dos fatores que estimula o interesse em produtos à base de canabinóides.

Em junho de 2019, 14 estados e territórios aprovaram a cannabis para uso adulto, enquanto 33 estados, mais os distritos de Columbia, Guam, Porto Rico e as Ilhas Virgens, aprovaram programas de cannabis, de acordo com a National Conference of State Legislatures. Muitos dispensários vendem gomas, chocolates, biscoitos e outros itens comestíveis. O CBD e o THC, observa Jessica Lukas, são apenas dois das mais de duas dúzias de canabinóides promovidos nas embalagens dos produtos nos dispensários. As empresas já estão fazendo investigações e pesquisas não só sobre o CBD, mas o que mais a planta pode oferecer.

Muitas empresas do setor de Food & Beverage já investigaram o mercado de CBD logo após a aprovação da Farm Bill de 2018, assinada por Trump em dezembro do mesmo ano. A legislação removeu o cânhamo e seus derivados da Lei de Substâncias Controladas (CSA - Controlled Substances Act) e o mercado esperava que a FDA permitisse expressamente que o CBD fosse vendido em alimentos.

A FDA, no entanto, levantou questões de segurança sobre produtos de CBD não aprovados e não vacilou em manter sua posição conservadora, baseada no fato de que o CBD é um ingrediente ilegal em alimentos e suplementos porque foi estudado pela primeira vez como uma droga.

Até hoje, a FDA ainda não divulgou como vai regular [o CBD] como aditivo alimentar ou para produtos ingeríveis. A situação não é nada clara. Algumas empresas pausaram todos os seus projetos, enquanto outras continuaram desenvolvendo produtos, quase como uma oportunidade... para descobrir o que eles vão fazer! Todas as empresas interessadas nesse mercado não seguem a mesma estratégia. Para a maioria delas, o mais importante é continuar estar ao par de tudo, ficar constantemente atualizado, e de prontidão para ingressar no mercado assim que a FDA der o sinal verde.

Algumas empresas já entraram mais fundo no assunto. A Weller, de Boulder, CO, começou a desenvolver, em 2018, uma água com gás com infusão de CBD. Segundo Matt Oscamou, cofundador da Weller, a água com gás, que contém 25mg de CBD por porção (uma lata de 330ml), é classificada como a No. 1 em bebidas carbonatadas de CBD, com base em dados da SPINS, LLC, empresa de consultoria especializada em produtos naturais.

A Weller também vende barrinhas de coco e uma mistura para bebidas que incorporam CBD. Quando Oscamou e seu sócio, John Simmons, estavam desenvolvendo a marca Weller, se concentraram em maneiras de fazer as pessoas usarem o CBD regularmente.

Como podemos raciocinar com as pessoas que estão procurando maneiras mais funcionais e convenientes de incluir o CBD em suas rotinas diárias?” pergunta Oscamou.

Se você está em uma reunião estressante ou as coisas estão dando errado no trabalho e você tem prazos, você não vai tirar um óleo de CBD ou uma garrafinha de tintura no meio da reunião, se você pode simplesmente tomar uma água com gás com as mesmas propriedades, não é? Ou ter acesso a uma barrinha de coco ou algum tipo de lanche que você poderia, até mesmo, compartilhar com outras pessoas ao redor da mesa!"

O mercado de nutrição esportiva é outra área na qual o CBD em alimentos e bebidas é promissor. Em outubro de 2019, a canadense Canopy Growth Corp. anunciou a compra de uma participação majoritária na BioSteel Sports Nutrition Inc., cujos produtos de nutrição esportiva eram comumente adquiridos pelas principais ligas esportivas da América do Norte e endossados por atletas como "The Great One" - a lenda da NHL, Wayne Gretzky. “Esta aquisição nos permite entrar no mercado de nutrição esportiva com uma marca forte e em crescimento, à medida que continuamos rumo a um mercado regulado de produtos alimentícios e bebidas que contêm cannabis”, disse, na época, o CEO da Canopy Growth, Mark Zekulin.

Em 2018, a Constellation Brands - fabricante das cervejas Corona e Modelo - anunciou aumentar o seu investimento na Canopy Growth para 38%.

As empresas de álcool, que em alguns casos estão lutando para crescer, também estão entre as interessadas no mercado de canabinóides.

No Canadá, onde a cannabis é legalizada, a Canopy Growth desenvolveu uma gama de bebidas gaseificadas com a marca Quatreau. São quatro bebidas diferentes; duas com 20mg de CBD, nos sabores pepino/menta e maracujá/goiaba, enquanto dois outros sabores (gengibre/lime e blueberry/açaí) contêm 2mg de THC e 2mg de CBD por lata.

A dinâmica de consumo também é muito diferente para uma goma com infusão de canabinóide e um pacote de gomas azedas que você compra em uma loja de conveniência!

Fazer com que as pessoas comprem regularmente um alimento ou bebida com infusão de CBD também é desafiador, porque os consumidores que estão comprando CBD para obter um benefício funcional geralmente o tomam como um suplemento dietético.

Mesmo um comprador regular de uma barra de chocolate ou de uma água com infusão de CBD, provavelmente comprará o produto mais esporadicamente - talvez uma vez por semana ou uma vez por mês - em comparação com alguém que toma uma tintura duas vezes por dia.

Weller e outras marcas relutam em discutir os benefícios funcionais do CBD para a saúde, relatados pelos consumidores, devido, em parte, aos regulamentos da FDA. Mas o mercado está otimista com a realização de mais testes não medicamentosos com CBD, ajudando as marcas a compartilharem mais informações com os consumidores sobre os seus produtos.

O panorama mudou”, disse Matt Oscamou. “Quando começamos isso, dois anos e meio atrás, a grande pergunta era: “O que é CBD? O que isso pode fazer por mim?”. E foi um momento complicado, porque não sabíamos como responder a isso sem incorrer em riscos regulatórios. Mas os consumidores ficaram cada vez mais informados sobre o CBD e hoje, sabem o que procuram”, disse ele.

Randy Kreienbrink, vice-presidente de marketing da BI Nutraceuticals, fabricante de ingredientes à base de plantas, disse acreditar que estudos futuros mostrarão que o consumo de CBD é benéfico para a saúde em geral e bem-estar.

A indústria definitivamente ainda não chegou lá, reconheceu ele em uma entrevista.

Espera-se que os gigantes de alimentos e bebidas listados na Fortune 500 apareçam quando os regulamentos e a ciência amadurecerem.

Finalmente, Matt Oscamou disse não estar preocupado com a entrada de empresas gigantes de CPG (Consumer Packaged Goods) no mercado de CBD. “Eu sei que eles estão interessados nisso”, disse ele, “mas temos uma boa afinidade de marca com os consumidores e é nisso que estamos focados - construir e manter”.




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