Page 52 - Aditivos | Ingredientes Ed. 159
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 nos e causam apoptose de células de câncer no intestino. Os estudos também revelaram que os oligossa- carídeos derivados das pectinas LM e HM apresentaram mais atividade prebiótica do que as pectinas das quais foram derivados. Além disso, os oligossacarídeos LM se mostra- ram mais prebióticos do que os oligossacarídeos HM. O tamanho da pectina também apresentou efeito sobre as propriedades prebióticas, indicando que o potencial prebióti- co da pectina pode ser melhorado por hidrólise. De acordo com vários estudos, os oligossacarídeos derivados da pectina têm a capacidade de preve- nir várias doenças crônicas graves. Foi demonstrado que a pectina de baixo peso molecular induz a apoptose em células de câncer do cólon e da próstata, bem como aumenta a qualidade de vida e dimi- nui a dor em muitos tipos de câncer. Além da atividade anticancerí- gena, as pectinas têm demonstrado ajudar na desintoxicação de metais pesados. Estudos demonstraram que o consumo de pectina cítrica modificada por crianças chinesas hospitalizadas por níveis tóxicos de chumbo resultou na diminuição dos níveis de chumbo no sangue e aumento da excreção urinária de chumbo. Além disso, a excreção urinária de metais tóxicos não foi acompanhada pela liberação de minerais essenciais. As pesquisas indicam que a presença de RGII na pectina cítrica modificada é a responsável pela quelação seletiva de metais tóxicos no organismo. Portanto, a pectina pode ser um agente quelante seguro de metais pesados, especialmente para crian- ças, que são mais vulneráveis aos efeitos duradouros da exposição a metais pesados. As pectinas também mostraram propriedades benéficas de adesão bacteriana. As propriedades da pecti- na HG foi relatada para prevenir a adesão de cepas patogênicas de E. coli à células uroepiteliais intes- tinais. Os dímeros e trímeros do ácido galacturônico se mostraram os melhores agentes bloqueadores de patógenos. Além disso, as pecti- nas e os oligossacarídeos pécticos derivados da hidrólise enzimática inibiram as toxinas do tipo Shiga, produzidas pela E. coli patogênica O157: H7. Embora os estudos citados apre- sentem resultados promissores em relação as aplicações da pectina na área da saúde, é necessário uma melhor compreensão das relações estruturais-funcionais das pectinas para explicar os seus efeitos bioati- vos (e dos oligômeros derivados), o que pode ser difícil devido a sua complexidade e heterogeneidade. Existem outras propriedades de promoção à saúde, comprova- das cientificamente, associadas às substâncias pécticas. Dentre essas, podem ser destacadas a redução do colesterol total, pelo decréscimo da absorção do colesterol exógeno, em função do caráter hidrofóbico dos grupamentos metiléster; a ligação com produtos de degradação no cólon, aumento da excreção de áci- dos biliares e redução da reabsorção de ácidos biliares no intestino e no fígado; a diminuição das frações popularmente conhecidas como mau colesterol (LDL) e, embora não altere o bom colesterol (HDL), também pode ser protetora contra a aterosclerose, por melhorar a razão HDL/LDL; o aumento da viscosidade do liquor da digestão e da espessura da camada da parede intestinal interna, reduzindo a absorção de glucose; e a redução do peso corporal pela imobiliza- ção de nutrientes nos intestinos, aumento da sensação de saciedade e diminuição da atividade de certas enzimas, que leva à menor digestão e absorção. PECTINAS  53  ADITIVOS | INGREDIENTES 


































































































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