Page 10 - Aditivos | Ingredientes - Ed. 163
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     ENTREVISTA O Grupo Bureau Veritas é uma das principais certificadoras do Brasil. Qual o trabalho desenvolvido especificamente para o setor de alimentos? O Bureau Veritas é um grupo internacional, fun- dando em 1828, dedicado a realização de serviços de avaliação de conformidade e certificação, nas áreas de Qualidade, Segurança de Alimentos, Segurança e Saúde Ocupacional, Meio Ambiente e Responsabilida- de Social. Nós buscamos oferecer treinamentos e capacitação para todo os profissionais envolvidos na produção de alimentos desde a gerencia até a operação para que possam implantar, auditar e desenvolver processos de segurança de alimentos nos estabelecimentos. Quais são as certificações que se aplicam à área alimentícia e mais especificamente à área de ingredientes alimentícios? Hoje no mercado existem vários protocolos de cer- tificação reconhecidos globalmente e que atendem aos requisitos mínimos do GFSI (Global Food Safety Initia- tive). As principais são a FSSC 22000, o IFS e BRC. A FSSC 22000 (Food Safety System Certification 22000) é uma solução robusta, baseada na ISO, e internacionalmente aceita como esquema de certifi- cação para auditorias de segurança de alimentos nos setores de alimentos e bebidas. A FSSC 22000 utiliza a norma ISO 22000, ISO 22003 e especificações técni- cas do setor, programas de pré-requisitos. O IFS compreende oito padrões diferentes para alimentos e não alimentos, cobrindo os processos ao longo da cadeia de fornecimento. No entanto, o IFS não especifica como esses processos devem ser, mas apenas fornece uma avaliação baseada no risco. Os diferentes padrões são agora usados por fabricantes e varejistas em todo o mundo para atender aos novos requisitos de qualidade, transparência e eficiência resultantes da globalização. Os padrões da BRCGS garantem a padronização de critérios de qualidade, segurança e operação e ga- rantem que os fabricantes cumpram suas obrigações legais e ofereçam proteção ao consumidor final. A certificação para as Normas da BRCGS agora é frequentemente um requisito fundamental para os principais varejistas, fabricantes e organizações de serviços alimentícios. Quais são as bases para a formulação dessas certificações? As bases são as boas práticas de fabricação, pro- gramas de pré-requisitos, APPCC (ferramenta para análise perigos e pontos críticos de controle), contro- les laboratoriais microbiológicos e físico-químicos e programas de gestão e melhoria contínua. Qual a abrangência das certificações de segurança de alimentos? De acordo com o programa de certificação, elas podem abranger desde a produção primária, processos industriais e logística, ou seja, toda a cadeia. Como funciona o processo de certificação? Quais são as etapas? Uma vez que a empresa tenha determinado qual o protocolo de certificação é adequado para a sua organização, ela precisará implementar os processos do sistema de gestão de segurança de alimentos para atender aos requisitos do padrão escolhido. Importante mencionar as seguintes etapas: Saiba o que é exigido pelo padrão; Compare os requisitos com os processos atuais; Modifique e melhore os processos atuais para atender aos requisitos; e documentar o processo, estabelecer registros e treinar pessoal. Uma vez que a empresa tenha seus processos im- plementados e mantidos, chega a hora de buscar por um organismo de certificação. A duração da auditoria é baseada nas características da organização como tamanho, número de funcionários, estudos APPCC e se já existe algum sistema de gestão associado. Após confirmar o contrato parte-se para o agendamento da auditoria, execução e gestão de todo o processo pós auditoria. O processo pós auditoria é bastante sensí- vel, pois envolve a profissionais técnicos e qualificados para a revisão técnica de todo o processo até a decisão final da certificação e emissão do certificado. A segurança de alimentos pode ser considerada como um ponto estratégico de desenvolvimento para a indústria? Acredito que não apenas um ponto estratégico para a indústria, mas sim uma obrigação legal e ética. Pois deve-se garantir a integridade física e moral do consumidor final.   "Investir em segurança dos alimentos compensa e traz vantagens para o estabelecimento".       10 ADITIVOS | INGREDIENTES 


































































































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