Page 36 - Aditivos | Ingredientes - Ed.173
P. 36

CAFEÍNA muscular durante exercícios bre- ves e intensos. Antes de executar um esforço máximo, o consumo de cafeína de 5mg/kg de peso corporal - cerca de 295mg de cafeí- na para uma mulher de 59 kg, ou cerca de três xícaras de café - resul- tou em um metabolismo anaeróbio significativamente maior e melhor desempenho atlético entre corredo- res recreativos. Um estudo conduzido com ci- clistas observou que consumir 6mg de cafeína/kg de peso corporal - cerca de 355mg para uma pessoa de 59 kg ou três a quatro xícaras de café - melhorou os tempos de desempenho durante um teste de ciclismo, independentemente da cafeína ter sido ingerida uma hora antes do exercício ou em uma série de doses ao longo do teste. Nesse estudo, os pesquisadores fizeram outra observação interessante: os refrigerantes cafeinados podem atuar como substitutos para be- bidas esportivas durante a última parte de um evento, sem perda de desempenho. O estudo também revelou que o consumo de refrige- rantes produziu um desempenho melhorado quando consumido ao final das atividades. Os benefícios observados foram determinados em grande parte pela ingestão de uma pequena quantidade de cafeína - apenas 1,5mg/kg de peso corporal - cerca de 90mg de cafeína para uma pessoa de 59 kg ou cerca de uma xícara de café. Outras pesquisas também sugerem que todos os tipos de bebidas cafeinadas, incluindo re- frigerantes e bebidas esportivas, são de igual valor para os ciclistas em termos de desempenho melhorado durante uma atividade prolongada. O consumo de cafeína também demonstra melhorar a resistência durante o exercício físico quando consumido antes da atividade, o que é explicado pelo fato da cafeína diminuir o limiar da β-endorfina induzida pelo exercício e a libera- ção de cortisol. Esses hormônios produzem o chamado runner’s high (euforia de corredor), que pode con- tribuir para os benefícios relatados da cafeína no exercício. Outra observação interessante relata pelos estudos é que, ao contrário de um equívoco comum, as bebidas cafeinadas podem con- tribuir para o estado de hidrata- ção, o que é importante para o desempenho físico. Os estudos no campo da saúde também relataram aspectos negati- vos atribuídos a ingestão de cafeína, que devem ser considerados em adultos e crianças. A cafeína afeta as crianças de maneira semelhante aos adultos e pode perturbar seus padrões de sono e, assim, prejudicar seu de- senvolvimento normal. Além disso, a cafeína é um componente de bebidas adoçadas com açúcar, que podem contribuir para o aumento do ganho de peso e cáries dentárias. Na gravidez, os resultados são conflitantes em relação a associação do aumento da ingestão de cafeína e restrição do crescimento fetal e baixo peso ao nascer. As principais inconsistências têm sido associadas à sensibilidade dos métodos utili- zados na quantificação da cafeína e avaliações nas diferentes fases da gravidez, entre muitos outros fatores. As principais preocupações são as possíveis causas do aborto espontâneo e do crescimento fetal prejudicado. Um estudo observacional pros- pectivo da ingestão materna de cafeína e restrição do crescimento fetal concluiu que a ingestão de ca- feína antes da concepção e durante a gravidez deve ser reduzida. Nesse estudo, houve uma associação entre a ingestão materna de cafeína e aumento do risco de crescimento fetal. Mesmo que o limite de maior risco não tenha sido bem caracte- rizado, o estudo observou que o risco de restrição do crescimento fetal foi reduzido em mulheres que consomem menos de100mg/dia. O estudo concluiu que altos ní- veis de consumo de cafeína podem ter efeitos adversos sobre a fertili- dade e recomendam que mulheres em período fértil limitem a cafeína a menos de 300mg/dia. Além disso, A cafeína é aprovada globalmente por várias autoridades regulatórias como um ingrediente alimentar seguro para uso, principalmente, em bebidas carbonatadas e suplementos dietéticos. mulheres grávidas são aconselhadas a consumir, no máximo, duas xíca- ras de café ou quatro xícaras de chá por dia. Embora alguns efeitos adversos tenham sido relatados, a grande maioria dos estudos em escala mun- dial sobre a cafeína vão bem além, revelando uma grande variedade de importantes benefícios. Apesar do consumo de cafeína ser geralmente considerado segu- ro, é importante ressaltar que as sensibilidades individuais à cafeína podem existir, devido a predispo- sição genética e variar em certas subpopulações, como crianças e mulheres grávidas, bem como em pessoas com histórico de ataque cardíaco e/ou pressão arterial elevada, sendo aconselhável a moni- toração da ingestão de cafeína em níveis seguros de consumo. REGULAMENTAÇÃO DE CAFEÍNA EM BEBIDAS A cafeína ocorre naturalmente em bebidas comumente consumidas e em quantidades variáveis, o que torna difícil regular a sua rotulagem e estabelecer um padrão internacio- nal. No entanto, as diretrizes de in- gestão diária, bem como os limites superiores regulatórios foram defi- nidos para as bebidas para as quais a cafeína não ocorre naturalmente, ou seja, onde é adicionada de uma fonte sintética ou natural. Em geral,    36 ADITIVOS | INGREDIENTES 


































































































   34   35   36   37   38