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AMÉRICA LATINA DEVE LIDERAR CRESCIMENTO GLOBAL DA DSM EM 2018

A DSM, holandesa do setor de nutrição e materiais, vê na América Latina uma região promissora, especialmente em termos de inovação. Em entrevista, a diretora Financeira da empresa, Geraldine Matchett, e o presidente da Divisão da América Latina, Mauricio Adade, afirmaram que a América Latina deve ser a região líder em crescimento da empresa neste ano e que o aumento da receita tem boas chances de chegar perto dos dois dígitos - os resultados oficiais ainda não foram publicados.

O setor de nutrição corresponde por 2/3 das receitas da companhia e, segundo Matchett, não deve se ressentir de uma possível queda de preços dos grãos decorrente da safra abundante. A empresa tenta reduzir o uso de açúcar nos alimentos e, em contrapartida, aumentar a produção de etanol com base em cana-de-açúcar - principalmente o bagaço -, com a questão em aberto sobre a competitividade do biocombustível em tempos de petróleo barato. Confira abaixo alguns trechos da entrevista:

Ano passado, o crescimento de vendas na América Latina foi de 7,1%, menor do que o crescimento global de 9,1%. Por quê? Mauricio Adade: Em dólares, crescemos 10%.
Geraldine Matchett: Nós consolidamos em euros, e o real oscila muito, então tem muita influência do câmbio. Nós esperamos que a América Latina seja líder no crescimento da empresa no ano que vem também.

E este ano? Geraldine: Este ano, o Brasil representa metade da região e houve a greve dos caminhoneiros, o que nos atrapalhou um pouco, mas ainda é uma região de alto desempenho.

O crescimento será parecido com o do ano passado? Adade: Este ano, temos expectativas muito positivas, digamos assim. Algo próximo de dois dígitos, ou algo parecido com ano passado. Temos de ver. Acho que o Brasil teve um tremendo impacto (ruim, em virtude da greve dos caminhoneiros). Também tivemos um impacto ruim na Argentina, não só do ponto de vista macro, mas também por causa de um incêndio que prejudicou nossas instalações lá. Temos problemas internos e externos. Se compararmos com a taxa de nossos concorrentes, não é nada ruim.

A América Latina é um dos pontos de expansão? Geraldine: Aqui é um dos locais onde botamos bastante capital. Fizemos uma aquisição, por exemplo, de cerca de US$ 100 milhões, em biociências (uma biorrefinaria em Brotas, SP), com a qual estamos muito felizes e, por sinal, muito da nossa inovação é baseada em biotech. A América Latina é muito importante, a Ásia também tem muito crescimento por causa de urbanização. O que vemos com urbanização é que a produção de carne é mais profissionalizada. Aqui, no Brasil, ela já é extremamente profissionalizada. Vemos muita expansão na Ásia em nutrição animal. Já a América Latina é um lugar onde tentamos inovação, então vemos soluções mais sofisticadas em vez de expandir com as ofertas mais tradicionais.

O Brasil deve ter uma grande safra de soja e milho, o que pode reduzir os preços desses grãos. Isso pode diminuir as vendas dos produtos de nutrição animal? Geraldine: Não é uma grande preocupação para nós. Quando as commodities ficam muito caras, é preciso que a absorção da ração fique muito alta; e é aí que, principalmente, as enzimas têm um papel. Então o que vemos no geral é que, quanto mais cara a commodity, mais os produtores tendem a acrescentar enzimas. Mas não acredito que, quando as commodities estão baratas, se pode parar totalmente. Dar vitamina E e A continua sendo essencial, é impossível engordar o animal corretamente sem usar alimentos complementares. O que vemos não é necessariamente nós termos um desempenho pior quando a commodity fica mais barata, nós simplesmente vendemos outra coisa. O benefício de quando as commodities estão baratas é que você tende a ter mais cabeças de gado, então há mais bocas para alimentar. E, no outro extremo, quando os preços ficam altos e eles reduzem o número de animais, isso se torna um problema e as vendas podem ser afetadas. Mas isso dificilmente acontece em todo o mundo. Na China, hoje, há a febre suína africana e nós vimos mais aves e importações de carnes suína para lá, por exemplo. As importações de carne suína podem aumentar. Quando se olha as estatísticas globais, o consumo global de proteína animal não muda tanto, só muda o tipo de proteína. É como se viu no Brasil - quando a renda cai, as pessoas vão de carne bovina para suína, para frango, e para ovos.

O mercado de confinamento de gado tem espaço para crescer no Brasil? Adade: Se compararmos a quantidade de gado confinado e de pasto neste País comparado com países mais desenvolvidos, é uma piada, porque temos uma quantidade muito pequena. E, é claro, temos muito terreno, mas com as questões de sustentabilidade, o interesse é termos mais gado confinado, não menos. Nós apoiamos nossos clientes para serem melhores nisso. Isso está aumentando e vai aumentar muito mais nesta parte do mundo.

Vocês também produzem etanol de segunda geração. A produção tem sido fácil? Adade: É possível produzir etanol de segunda geração a partir do bagaço da cana-de-açúcar, com uma tecnologia muito parecida com a usada com o milho nos EUA. Desenvolvemos isso em conjunto com alguns parceiros no País, algumas empresas produzem hoje, como a Raízen, a maioria é exportada. Eles estão ficando cada vez melhor. O que vemos é que, no País, em virtude de outras prioridades - a crise que tivemos - não temos tanto incentivo para continuar. Mais recentemente, o RenovaBio foi assinado, que dá as diretrizes de como progredir na primeira e segunda geração. Estamos confiantes que nossa tecnologia poderá ser usada. E não dá para falar de biodiversidade sem falar de Brasil. Aqui, nesta parte do mundo, é principalmente açúcar.

O etanol pode ser competitivo mesmo com o atual preço do petróleo?Adade: Essa é a pergunta de 1 milhão de dólares. A pergunta também deve ser: qual é o preço do petróleo? Acho que é possível (a competitividade). O que estamos produzindo tem uma certa competitividade, mas a referência muda tanto que é difícil dizer. Além disso, no fim das contas, nós sabemos que há um prazo de validade.
Geraldine: O planejamento de negócios foi feito originalmente nos EUA estimando o barril de petróleo em US$ 80, e os resultados foram bons. Mas aí mudou o preço do petróleo. Mas o negócio com biocombustíveis é que é uma arte tanto quanto uma ciência, o que vemos é que a produtividade pode aumentar e aumentar. Não sabemos o verdadeiro potencial até começarmos a operar, mas fizemos projeções, mas achamos que tem um potencial de chegar perto nos níveis atuais. E se incluirmos um preço para o carbono e incentivos governamentais, podemos começar bem mais cedo agora que já existe a tecnologia. Então há potencial.

Quais são os projetos de inovação planejados para a América Latina?Geraldine: Para nutrição animal, vamos combinar ingredientes para a ração, o que leva a melhores rendimentos e tem um impacto ambiental menor. Lançamos globalmente há dois meses um ingrediente - uma enzima de nova geração que ajuda a saúde intestinal do gado, o que causa melhor absorção alimentar e também deve ajudar no dilema de antibióticos, especialmente na indústria suína.
Adade: Inauguramos no ano passado um centro de inovação para frango em Mairinque (SP), é um investimento considerável que nós estamos fazendo lá, onde vamos nos juntar com nossos clientes e desenvolver os melhores produtos para os tipos de animais que temos neste País. Também no Brasil, inauguramos recentemente o centro de inovação e desenvolvimento em Campinas.
Geraldine: Também estamos progredindo com o desafio de reduzir açúcar nos alimentos. Nós estamos trabalhando há alguns anos para tentar produzir estévia por meio de fermentação em vez de extração de plantas. O problema com a estévia extraída de plantas é que o gosto não é muito bom e o preço é alto. Estamos tentando chegar à molécula via fermentação, o que ajudaria a reduzir a quantidade necessária de açúcar. Anunciamos há algumas semanas uma parceria com a Cargill, e vamos juntar forças, porque nós temos a tecnologia e eles já têm um alcance grande no mercado. Vamos tornar disponível a estévia a um preço melhor, uma boa qualidade e um gosto previsível. Estamos muito ansiosos porque no início pensamos que as indústrias de alimentos tentariam substituir aspartame e outros adoçantes, o que ainda é o caso, mas o que estamos percebendo é que também será possível combinar produtos baseados em açúcar e reduzir o açúcar, mantendo o gosto. Não é livre de açúcar, mas teria uma mistura de tecnologias doces. Esse é um grande exemplo de inovação e tecnologia ajudando na saúde pública. E em alguns países, anunciaram imposto sobre açúcar, o que também é um desafio para a indústria de alimentação.
Adade: E, falando de América Latina, o México, parte da nossa região de América Latina, é uma das primeiras regiões que aprovou nossa estévia, podemos vendê-la lá hoje. O México é um dos maiores consumidores de "soft drinks" por capita e tem a taxação de tudo com muito açúcar - e mais relevante ainda é que a estévia, quando extraído, tem um sabor residual ruim. E agora nós podemos analisar os compostos de estévia e selecionar os que não têm o gosto. É uma inovação global, mas podemos começar no México.

Como está o processo de aprovação da estévia no Brasil? Adade: Em andamento. Aqui é um pouco mais complicado, mas nós já abordamos a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Eu diria que é o meio do caminho.




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