Page 78 - Aditivos | Ingredientes Ed. 157
P. 78

  ATIVIDADES ESPORTIVAS  Com relação à suplementação, pode-se verificar no mercado que os aminoácidos, em geral, podem ser obtidos por hidrólise proteica, síntese química ou microbiológica. A maior parte da L -arginina, especificamente, é produzida pelo método de fermentação direta a partir de fontes naturais de carbono, como o amido presente tapioca e milho e amônia como fonte de nitrogênio. Uma das principais bactérias utilizadas no processo fermentativo é a Corynebacterium (Brevibacterium), que produz inicialmente o L -glutamato, principal precursor metabólico de L-arginina. Após a com- pleta fermentação, os micro-organismos são separados por centrifugação ou membrana de filtração. O sobrenadante ou filtrado é separado em ácidos orgânicos e outros aminoáci- dos e purificados por diversos processos até a obtenção de cristais puros de L-arginina (Utagawa, 2004). Os cristais de L-arginina são utilizados em suplementos alimentares e estão disponíveis no mercado como aminoácido livre, mas também na forma de sais sintéticos, como aspartato ou cloridrato de arginina. No Brasil, a nova regulamentação, publicada em 2018, estabelece o limite máximo de 3.810 mg para uso em suplementos alimentares (Brasil, 2018). No entanto, vale ressaltar que, em condições de infecções ou stress oxidativo intenso, quantidades maiores podem ser administradas, mas sempre com prescrição e orientação médica. Dados observaram que doses únicas de 3.000-6.000 mg raramente provocam efeitos adversos em atletas, mas doses agudas acima de 9.000 mg podem provocar efeitos gastrintestinais, como náuseas, vômito e diarreia (Grimble, 2007). Sugere-se que suplementos contendo L-arginina po- dem ser potenciais aliados para o aumento pela dilatação endotelial, o que melhora o fluxo sanguíneo e de oxigênio nos músculos, proteção do sistema imune de atletas e melhora na performance (pela produção de creatina). Porém, estimula-se a realização de mais pesquisas clínicas para melhor comprovação da sua eficácia.  REFERÊNCI AS Albina, J. E., & Reichner, J. S. (1995). Nitric oxide in inflamma- tion and immunity. New Horizons (Baltimore, Md.), 3(1), 46–64. Retrieved from http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7535649 Barbul, A. (1986). Arginine: Biochemistry, Physiolo- gy, and Therapeutic Implications. Journal of Parente- ral and Enteral Nutrition, 10(2), 227–238. https://doi. org/10.1177/0148607186010002227 Brasil. ANVISA - INSTRUÇÃO NORMATIVA - IN N° 28, DE 26 DE JULHO DE 2018 - Estabelece as listas de constituintes, de limites de uso, de alegações e de rotulagem complementar dos suplementos alimentares. (2018). Brasil. Cribb, P. J., & Hayes, A. (2006). Effects of Supplement Timing and Resistance Exercise on Skeletal Muscle Hypertrophy. Medici- ne & Science in Sports & Exercise, 38(11), 1918–1925. https:// doi.org/10.1249/01.mss.0000233790.08788.3e Grimble, G. K. (2007). Adverse Gastrointestinal Effects of Argi- nine and Related Amino Acids. The Journal of Nutrition, 137(6), 1693S–1701S. https://doi.org/10.1093/jn/137.6.1693S McNamara, T. C., Keen, J. T., Simmons, G. H., Alexander, L. M., & Wong, B. J. (2014). Endothelial nitric oxide synthase mediates the nitric oxide component of reflex cutaneous va- sodilatation during dynamic exercise in humans. The Journal of Physiology, 592(23), 5317–5326. https://doi.org/10.1113/ jphysiol.2014.272898 McRae, M. P. (2016). Therapeutic Benefits of l-Arginine: An Um- brella Review of Meta-analyses. Journal of Chiropractic Medicine, 15(3), 184–189. https://doi.org/10.1016/j.jcm.2016.06.002 Morris, S. M. (2007). Arginine Metabolism: Boundaries of Our Knowledge. The Journal of Nutrition, 137(6), 1602S–1609S. https://doi.org/10.1093/jn/137.6.1602S Palmer, R. M. J., Ashton, D. S., & Moncada, S. (1988). Vascular endothelial cells synthesize nitric oxide from L -arginine. Nature, 333(6174), 664–666. https://doi.org/10.1038/333664a0 Rose, W. C. (1937). THE NUTRITIVE SIGNIFICANCE OF THE AMINO AC- IDS AND CERTAIN RELATED COMPOUNDS. Science, 86(2231), 298–300. https://doi.org/10.1126/science.86.2231.298 Stefani, G. P., Marmett, B., Alves, J. P., Möller, G. B., Heck, T. G., Frizzo, M. N., ... Rhoden, C. R. (2018). Resistance training and L-arginine supple- mentation are determinant in genomic stability, cardiac contractility and muscle mass development in rats. PLOS ONE, 13(9), e0204858. https:// doi.org/10.1371/journal.pone.0204858 Suzuki, I., Sakuraba, K., Horiike, T., Kishi, T., Yabe, J., Suzuki, T., ... Suzuki, Y. (2019). A combination of oral l-citrulline and l-arginine improved 10- min full-power cycling test performance in male collegiate soccer players: a randomized crossover trial. European Journal of Applied Physiology, 119(5), 1075–1084. https://doi.org/10.1007/s00421-019-04097-7 Utagawa, T. (2004). Production of Arginine by Fermentation. The Jour- nal of Nutrition, 134(10), 2854S–2857S. https://doi.org/10.1093/ jn/134.10.2854S van de Poll, M. C., Siroen, M. P., van Leeuwen, P. A., Soeters, P. B., Melis, G. C., Boelens, P. G., ... Dejong, C. H. (2007). Interorgan amino acid ex- change in humans: consequences for arginine and citrulline metabolism. The American Journal of Clinical Nutrition, 85(1), 167–172. https://doi. org/10.1093/ajcn/85.1.167 *Hellen Dea Barros Maluly é consultora científica da Ajinomoto. Ajinomoto do Brasil Indústria e Comércio de Alimentos Ltda. Tel.: (11) 5908-8761  aminoscience.com.br 78 ADITIVOS | INGREDIENTES 


































































































   76   77   78   79   80