Page 58 - Aditivos | Ingredientes - Ed.175
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TENDÊNCIAS 2021  LLC. Esse segmento do mercado de produtos plant-based, ou seja, so- mente o segmento de alternativas vegetais à carne, encerrou 2020 avaliado em US$ 20,7 bilhões e deve crescer para US$ 23,2 bilhões até 2024, de acordo com os dados da empresa de pesquisa de merca- do Euromonitor. No mercado à base de plantas, a proteína vegetal reina soberana entre os ingredientes. Desde a descoberta de que podiam atuar como substitutos para os ali- mentos tradicionais de origem animal, esse mercado atraiu vul- tuosos investimentos financeiros, atenção em pesquisa e interesse na mídia, acelerando a inovação em tecnologia de alimentos com uma explosão de atividades, tanto de startups quanto da indústria convencional, o que gerou um influxo de investimentos em pro- teínas alternativas estimado em US$ 673 milhões, apenas na indús- tria de alimentos à base de plantas. De acordo a CB Insights, em- presa privada com uma plataforma de análise de negócios e banco de dados global que fornece inteli- gência de mercado sobre empresas privadas e atividades de investido- res, a pandemia acelerou drasti- camente o investimento na área de alimentos e bebidas, com as empresas de proteínas alternativas sendo os maiores impulsionadores dessas tendências, à medida que a sustentabilidade e a resiliên- cia da cadeia de fornecimento ganham maior foco. Segundo a empresa privada de análise de in- vestimentos, o financiamento para startups de alimentos e bebidas cresceu 75% ano a ano, chegando a US$ 5,6 bilhões em 2020. Em 2021, as tendências de consumo desencadeadas pela pan- demia devem continuar impulsio- nando mais inovação na produção e distribuição de alimentos, com as startups que lidam com questões- chave na cadeia de abastecimento atraindo ainda mais a atenção dos investidores, segundo a multi- nacional holandesa bancária e de serviços financeiros Rabobank. A inovação em tecnologia de alimentos empregada na busca por alternativas às proteínas animais pode ser categorizada em três áreas de abordagem tecnológica: proteínas de base vegetal, fermen- tação e tecnologia de cultura de células, sendo estas duas últimas, abor- dagens de biotecnologia que buscam criar proteí- nas animais, ao invés de replicar essas proteínas com ingredientes vegetais. As proteínas de base vegetal constituem produtos que replicam proteínas animais em textura, sabor e aroma por meio do uso de fontes vegetais que podem imitar a estrutura das proteínas animais em nível molecular e/ou através de novos métodos de processamento. São os chamados plant-based, onde fibras, lipídios e proteínas são re- tirados de plantas e reconectados na mesma forma da estrutura mo- lecular da carne animal. Na tecnologia de fermentação, que já é usada para aplicações alimentícias existentes seleciona- das, proteínas animais específicas, como as caseínas encontradas no leite e a ovalbumina encontrada na clara do ovo, podem ser produzidas sem o animal real, por meio de um processo em que organismos de levedura ou outro hospedeiro são programados para produzir as proteínas. Essas proteínas são idênticas às proteínas produzidas por um animal e podem ser com- binadas com outros ingredientes para criar produtos proteicos idênticos, como leite, queijo ou clara de ovo. A tecnologia de cultura de cé- lulas se refere ao crescimento de células da carne em um meio de cultura rico em nutrientes. À medida que o mercado à base de plantas continua a crescer em 2021, novos ingredientes deverão surgir, ao mesmo tempo que os antigos serão apresentados de ma- neiras diferentes. Os analistas de mercado apontam três categorias  O financiamento para startups de alimentos e bebidas cresceu 75% ano a ano, chegando a US$ 5,6 bilhões em 2020. "  58 " ADITIVOS | INGREDIENTES 


































































































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