Page 53 - Aditivos | Ingredientes - Ed. 160
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 que a vitamina B12 e o ácido fólico estão envolvidos na reciclagem da homocisteína para a metionina. As deficiências de vitamina B6, fo- lato e vitamina B12 (juntamente com anormalidades genéticas das enzi- mas envolvidas) podem, portanto, elevar os níveis de homocisteína, especialmente em combinação com dietas ricas em proteínas. Elevados níveis de homocisteína estão asso- ciados a um maior risco de doença vascular, por um efeito tóxico sobre o tecido vascular, ou pela produção excessiva de aminoácidos sulfurados excitotóxicos, ácido homocisteico e ácido cisteíno sulfínico. Assim, es- tas três vitaminas contribuem para manter a integridade do sistema nervoso central ao prevenir doenças vasculares, o que é crucial para a função cognitiva. Em diversos estudos observou- se que as deficiências em folato, vitamina B12 ou vitamina B6 estavam associadas a um menor desempenho cognitivo. Estudos também encontram níveis elevados de homocisteína associados à disfunção cognitiva e doença de Alzheimer, apesar dos níveis elevados de homocisteína ou de folato não preverem o de- clínio cognitivo. Os suplementos de folato, vitamina B12 e vitami- na B6 têm efeitos positivos na prevenção da disfunção cognitiva ou na diminuição dos níveis de homocisteína associados ao uso de suplementos, estando relacionados a um melhor desempenho cognitivo. Antioxidantes. A disfunção cognitiva tem sido associada ao aumento do estresse oxidativo ou a deficiência em antioxidantes. Muitos pesquisadores sugerem que a disfunção cognitiva pode ser pre- venida ou retardada aumentando o conteúdo de antioxidantes na alimentação, como vitamina C, E e betacaroteno. Há várias razões que apóiam essas afirmações. Uma delas é que estudos bioquímicos e fisiológicos mostram que nas doenças degenerativas, como o Alzheimer, se produz dano oxidativo na microvascularização do sistema nervoso central. Além disso, estu- dos epidemiológicos têm demons- trado correlações significativas entre a função cognitiva de idosos e o consumo de antioxidantes. Por exemplo, estudos mostram que pode haver uma relação entre o declínio da função cognitiva e baixas ingestões e níveis plasmáticos de vitamina C, juntamente com um aumento do risco de enfarte do mio- cárdio. A influência dessa vitamina na função cognitiva pode se dar através do seu papel na aterogênese, de modo que um maior consumo de vitamina C proteja tanto da disfun- ção cognitiva como do enfarte. Além do seu papel como antio- xidante, a vitamina C está envolvida na ativação de dois tipos de enzimas: hidroxilases, que contém cobre (dopamina hidroxilase), e hidroxi- lases que contém ferro. Além disso, outras enzimas, como o triptofano dioxigenase e a tirosina hidroxilase são dependentes do ascorbato. A ingestão dietética elevada de vitamina E também foi inversa- mente associada com a doença de Alzheimer. O betacaroteno também têm mostrado estar associado à disfun- ção cognitiva. Os níveis séricos de betacaroteno estão associados a uma melhor função mental, inclu- sive em indivíduos que apresentam anormalidades genéticas que pre- dispõem à doença de Alzheimer, como no caso de portadores de determinadas mutações no gene da Apolipoproteína E4 (ApoE4). Uma dieta variada que inclua alimentos ricos em nutrientes, com uma repartição adequada dos mesmos, tem mostrado ser a melhor estratégia nutricional para assegurar o melhor funcionamento cognitivo, tanto em crianças como em adolescentes e adultos. NUTRIÇÃO E FUNÇÕES COGNITIVAS               53 ADITIVOS | INGREDIENTES 


































































































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