Page 51 - Aditivos | Ingredientes - Ed. 160
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 desenvolvimento cognitivo está fo- cado em bebês prematuros ou com baixo peso. O ácido araquidônico e o DHA se acumulam rapidamente no cérebro humano durante o ter- ceiro trimestre de gestação e nas primeiras etapas do desenvolvimen- to pós-natal, quando o crescimento cerebral é máximo e, portanto, o cérebro é mais vulnerável às defi- ciências nutricionais. Esses estudos demonstraram que a deficiência de ômega 3 em crianças prematuras afeta a acuidade visual, o reconhe- cimento visual, a memória e outros aspectos do desempenho cognitivo, e que a suplementação com ômega 3 apresentou efeitos positivos. O aleitamento materno, ao oferecer DHA ao recém nascido, possui efei- tos positivos sobre o desempenho cognitivo, inclusive, após a fase escolar. Estudos propõe que as altas concentrações de ácidos graxos ômega 3 presentes nas membranas neurais são fundamentais na neuro- transmissão sináptica. Por exemplo, a baixa concentração de ômega 3 está associada a uma menor produ- ção de acido 5-hidróxi-indolacético (5-HIAA), que é o principal me- tabolito da serotonina e um indicador de seu reabaste- cimento. Além disso, as baixas concentrações de ômega 3 estão associadas com o aumento dos indicadores de infla- mação que, por sua vez, tem sido associados com a depressão. Existem também evidências do efeito protetor do ômega 3 contra a doença de Alzheimer. Esta doença começa com um acúmulo anormal do peptídeo beta-amilóide, o que inicia uma cascata de eventos, incluindo o dano oxidativo, inflama- ção, toxicidade sináptica e acúmulo de substâncias intraneuronais. O déficit cognitivo começa com uma falha na sinaptogênese e na plasticidade da sinapse, seguido pela perda de neurônios implicados na aprendizagem e na memória. Estudos tem associado o baixo consumo de peixe e as baixas concentrações sanguíneas de DHA com o aumento do risco de doença de Alzheimer. Outro mecanismo atra- vés do qual os ácidos graxos de cadeia longa podem ser relacionados com a função cognitiva é pelos seus efei- tos cardiovasculares, já que possuem efeito protetor contra a trombose, níveis de triglicérides pós-pran- diais, resposta inflamató- ria, pressão arterial e a sensibilidade à insulina. Micronutrientes. Do ponto de vista teórico, os micronutrientes estão envolvidos na função cogni- tiva por várias razões. Em primeiro lugar, as vitaminas e minerais intervém como reguladores do me- tabolismo celular para participar como cofatores de enzimas envol- vidas no metabolismo de proteínas, carboidratos e gorduras. Também estão envolvidos no metabolismo de neurotransmissores, bem como cofatores de enzimas envolvidas na sua síntese, quer como um cofator na síntese destas enzimas e, até mesmo, como substratos para algu- mas das reações envolvidas. Os micronutrientes mais co- muns associados com a função cognitiva são o ferro, as vitaminas do complexo B e os antioxidantes. A deficiência de ferro continua a ser um problema nutricional frequente nos países desenvolvidos e em desenvolvimento. Numerosos estudos demonstram que a anemia por deficiência de ferro está asso- ciada a um menor desempenho ou desenvolvimento em crianças e com as piores pontuações em testes de função cognitiva e no desempenho escolar. Mesmo sem anemia, a defi- ciência de ferro tem sido associada a um pior desempenho mental. Do ponto de vista teórico, o ferro está envolvido no funcionamento ce- NUTRIÇÃO E FUNÇÕES COGNITIVAS   51 ADITIVOS | INGREDIENTES 


































































































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