A textura é um componente vital na formulação de alimentos e bebidas, pois pode ser a diferença entre a aceitação de um produto pelo consumidor ou a aversão instantânea. Além disso, seu impacto não se limita ao mouthfeel e também pode ser relevante para o sabor, a aparência e o som de um produto, conferindo-lhe um papel importante em toda a experiência alimentar. Como resultado, é cada vez mais reconhecido como uma ferramenta valiosa na criação e marketing de novos produtos, sendo o quinto item na lista das dez principais tendências para 2020.
Uma pesquisa conduzida pela Innova Market Insights identificou claramente os Millennials (pessoas de 26 a 35 anos, como o público mais importante quando se trata de “brincar” com texturas; talvez não seja surpreendente considerando a importância do consumo experiencial para esse demográfico aventureiro. Em comparação com a média (10 países), os Millennials tiveram a maior indexação para concordar com a maioria das declarações importantes, incluindo "Eu amo texturas combinadas" e "Texturas como fofas, crocantes ou suaves tornam os alimentos e bebidas mais indulgentes".
Os Millennials também tinham maior probabilidade de ver suas decisões de compra afetadas pela textura: 68% concordaram, em comparação com uma média de 60%. Em contraste direto com isso, os baby boomers (pessoas com 55 anos ou mais) eram os menos propensos a serem afetados ou entusiasmados pela textura, subindexando entre 7 e 16 pontos percentuais para cada uma das mesmas afirmações.
Embora, em média, 48% dos consumidores digam que se importam mais com a experiência da textura do que com a lista de ingredientes de um produto alimentício, os ingredientes são, eles próprios, uma parte vital do desenvolvimento textural e a pesquisa explorou as atitudes do consumidor em relação a texturizantes importantes. O amido e a gelatina são os mais familiares aos consumidores, com mais de 90% afirmando saber ou ter ouvido falar deles; em contraste, menos de 45% sabiam ou tinham ouvido falar de goma gelana ou carragenina. A idade foi novamente significativa na percepção dos ingredientes, com os consumidores mais jovens da Geração Z (pessoas entre 18 a 25 anos) menos propensos a estarem cientes de elementos fortes texturais, como pectina, gelatina e amido, enquanto os Boomers estavam menos atentos a carragena, goma gelana e goma xantana.
A pesquisa também explorou a reação do consumidor a produtos familiares com uma textura diferente, ou seja, panquecas japonesas fofas ou suflê e sorvete elástico do Oriente Médio. À medida que a globalização continua, a sobreposição cultural verá outras novidades texturais estenderem seu alcance a novos mercados, enquanto, mesmo localmente, alimentos familiares podem encontrar valor experimentando novas texturas.
As texturas combinadas também devem florescer nos próximos anos. Combinações crocantes estão surgindo, particularmente na área de snacks, enquanto conceitos como bolas de sorvete mochi e chás de leite com bolha asiáticos também combinam eficazmente o mouthfeel.
Mais à frente, a impressão 3D também pode oferecer espaço para inovação textural, abrindo portas para formas e texturas mais incomuns e permitindo que os fabricantes “brinquem” com todo o design estrutural de alimentos e bebidas para entregar novidades, tanto visualmente quanto na experiência alimentar.
Fonte: Innova Market Insights
